sexta-feira, 10 de abril de 2009

Cebs - Para aonde vão?


O novo/velho modo de ser Igreja, como resposta ao sonho do Papa João e aos ideais do Concílio Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), renasce novamente a Cebs - Comunidade Eclesial de Base.
Como foi este renascimento? Muito bonito! Todo o Povo de Deus –leigos e pastores– assumindo com renovados ardor e amor a missão de ser sal, fermento e luz.grupos de pessoas simples do povo como trabalhadores, camponeses, domésticas, desempregados etc., que voltam a se reunir para pensar juntos a sua realidade à luz da Palavra de Deus e encontrar caminhos de superação da miséria, da fome e da exclusão, na defesa de melhores condições de vida e dignidade para todos, para “que todos tenham vida”.

Por isso, mais tarde, os Bispos latino-americanos reunidos em Puebla (1979), dirão que as Cebs “converteram-se em centros de evangelização e em motores de libertação e desenvolvimento” (nº 96).
E os Bispos do Brasil, no documento nº 25, lembram que “no constante esforço de atuar, refletir e celebrar, as CEBs são uma alternativa de educação para os que buscam uma sociedade nova, onde o individualismo, a competição e o lucro cedem lugar à justiça e à fraternidade” (nº 40).
E hoje, como vão as CEBs?
Com certeza mais vivas do que nunca em todos aqueles e aquelas que permanecem fiéis a Jesus e a seu Projeto, ao reino de Deus e à vida dos Pobres.
É natural que para manter viva e eficaz esta fidelidade:
a) as CEBs, da mesma maneira que o Evangelho, devem inculturar-se, isto é, penetrar as diversas culturas, situações e realidades para comunicar aí a Boa Nova sem, contudo, perder sua identidade original que é fidelidade a Jesus, a seu caminho e ao seu projeto
Para o mundo que vive no individualismo, no egoísmo, na acumulação que determina que o dinheiro e o mercado são mais importantes que a pessoa e na indiferença diante do drama dos miseráveis e famintos,

b) as CEBs serão sempre a ALTERNATIVA que, ao abrir as portas das casas para que aí se possa fazer e ser Igreja, aponta, com esperança, perseverança e teimosia para o “outro mundo possível”.
c) CEBs: Igreja do passado, do presente e do futuro: Porque são obra de Deus e do seu Espírito que atua na história, as CEBs continuam fazendo caminho hoje em todos aqueles irmãos e irmãs, famílias, grupos ou comunidades que mantêm viva a “espiritualidade libertadora” e o empenho de “seguir Jesus no compromisso com os excluídos”. Muitos são os traços que fazem o rosto das CEBS neste milênio. Entre eles destacamos três que consideramos muito importantes:
1. As CEBs são comunidades missionárias e ecumenicas, isto é, abertas ao mundo, ao diferente, aos pobres e excluídos, às diversas culturas e religiões e até mesmo aos que não têm fé, mas trabalham e lutam pela justiça. Na libertação de todo preconceito e discriminação, estarão sempre dispostas ao diálogo, na busca de novos caminhos que superem as enormes barreiras e contradições sociais, para construir o Reino de Deus na solidariedade, na justiça, no amor e na paz.
2. As CEBs devem ser hospitaleiras, abrindo todas as portas e janelas para “entrar de ar novo no mundo”, testemunhando para todos, mas muito especialmente para os pobres e excluídos, a alegria da acolhida, da amizade, da fraternidade, da comunhão e do envolvimento de TODOS, para a grande festa da inclusão.
3. A exemplo de Jesus, o Filho de Deus e nosso Irmão Maior, que não veio para ser servido, mas para servir, as CEBs serão servidoras.
Aqui, dois ensinamentos concretos ajudam a compreender a verdadeira essência das CEBs:

I - Pe. Picoli lembra enquanto o sal está no saquinho, pode ser visto por todos e parece até bonito, brilha! Quando, no entanto, se mistura à comida, desaparece. Não podemos mais vê-lo, mas é justamente quando está cumprindo a sua missão de dar sabor, salgar, temperar. As CEBs são o sal ou o fermento que, misturadas na massa, desaparecem, mas é aí que estão realizando sua missão de transformar o velho mundo egoísta e individualista no mundo novo da partilha e da solidariedade.

II - Dom Eurico usa uma imagem parecida ao falar da estrutura de um prédio que, na verdade, é o que sustenta todo o edifício, embora não possa ser vista. Assim também as CEBs, enquanto estrutura de Igreja, são as humildes e fiéis servidoras da humanidade peregrina, sustentando, dando suporte, fortalecendo e animando a vida e a missão de toda a Igreja, chamada a ser sal, fermento e luz.

Resumindo tudo isso e o comentado no tópico anterior

Na roça ou na periferia das cidades, à sombra de uma árvore ou numa garagem, um grupo lê e medita sobre a Bíblia, associa os fatos da fé aos fatos da vida, canta salmos, recebe o Senhor vivo na eucaristia e compromete-se a lutar por justiça. Em todo o Brasil, esses grupos, conhecidos como Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), existem desde o início dos anos 60.


Cebs então é:

  1. o novo/velho modo de ser igreja para contruir uma nova sociedade.

  2. a Palavra de Deus no meio do Povo.

  3. oração e ação de mãos dadas. Não existe Cebs sem oração e ação e vice versa.

  4. tem como sua característica marcante a ligação entre a fé e a vida. Fé profunda e esclarecida, libertadora e transformadora.

  5. toda comunidade que se vive em união, participação, colocando em comum as alegrias, os problemas, esperanças e a fé de forma organizada em um espírito comum e solidário.

  6. eclesial por ser animada em Jesus Cristo, se reune, se organiza para cultivar a fé, a esperança, a caridade e a solidariedade, segue as ideias da igreja de Cristo.

  7. eclesial também porque celebram a palavra de Deus e se nutrem com a eucaristia

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E você leitor participa de alguma comunidade ou grupo que pode ser considerado uma CEBs? Conte como funciona?
No mundo individualista em que vivemos, que significa abrir as portas de nossas casas para nelas fazer e ser Igreja?

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