Na reunião extraordinária de segunda feira(05/07) da CRPJ – Comissão Regional da Justiça e Paz nos abastecemos com o repasse das preciosidades que a Margarida Cavalheiro nos trouxe do Encontro das Comissões de Justiça e Paz que aconteceu em Brasília-DF no mês de junho/10. Através do seu repasse tomamos conhecimento de importantes subsídios, um deles é a cartilha eleitoral que servirá de subsídio ao eleitor e também de preparação das eleições de 2010. “Eleições 2010: O Chão e o Horizonte” impresso em maio 2010 pela Scala Editora, um subsidio interessante que deve ser lido por todos os eleitores do Brasil consciente do seu voto. A cartilha foi elaborada pelo Conselho Nacional dos Leigos/as do Brasil (CNLB); Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP); Centro Nacional de Fé e Política “Dom Helder Câmara” (CEFEP); Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (IBRADES) e Pastorais Sociais da CNBB.
Como em outubro de 2010, mais uma vez iremos eleger os nossos representantes no Executivo Federal e no Executivo Estadual, assim como para o Legislativo Nacional (parte do Senado e os Deputados Federais) e Estadual, logo como eleitora consciente do meu voto, o conteúdo da cartilha o Chão e o Horizonte chamou a minha atenção pela sua importância neste ano de eleição. Por isso resolvi lê-la de imediato. O seu texto propõe instrumentos de preparação, através de reflexões para o chão que pisamos no momento do voto, o senso da realidade para evitar que tropeçamos nos primeiros passos e nos indicando instrumentos para ver o horizonte até aonde a nossa vista alcançar, apontando para aonde leva os caminhos segundo os critérios embutidos na nossa escolha. A sua metodologia já conhecida e vivenciada por todos nós “Ver, Julgar e Agir”. E o mais interessante é que no AGIR tem sugestões para o REVER, ou seja, valorizando o voto do Cidadão.
Ao final, a cartilha (antes das ações) traz também um conjunto de orientações e critérios que nesta postagem condensei em 09 pontos fundamentais para um voto consciente na eleição de 2010. Esses critérios importantes para a escolha dos candidatos são a partir dos princípios e valores da Ética e da Doutrina Social da Igreja:
1) Examinar idéias, vida, valores, projetos – Antes de escolher um (a) candidato (a) devemos conhecê-los para saber se são pessoas decentes, que têm uma história passada de compromisso com os princípios que diz defender. Se os seus projetos se encontram de acordo com o partido ao qual o (a) candidato (a) está filiado. E lembre-se ao votarmos em um candidato estamos votando não só em uma pessoa, mas também em um partido e, no caso das eleições proporcionais, ajudando a eleger outros candidatos do mesmo partido;
2)Que defendam a dignidade da pessoa e da vida - Devemos votar em candidatos (tanto para o Executivo como para o Legislativo) cujas propostas defendam a dignidade da pessoa e da vida, desde a concepção até a morte, sobretudo dos mais pobres.
3)Projetos que ajudam:
a) a construir a Cultura da Paz - A defesa da vida deve traduzir-se em projetos que a construir a Cultura da Paz, através da inclusão social e da proteção das pessoas contra as diversas formas de violência;
b) a diminuir o desemprego e a exclusão social – O Estado deve conduzir uma política econômica que favoreça o desenvolvimento e gere emprego e distribuição de renda. Deve também criar e manter programas para apoiar as famílias de baixa renda, promover atividades comunitárias e cooperativas, programas para combater a exclusão digital, etc..
4)Candidatos com compromisso ecológico é fundamental – e deve traduzir-se no apoio à formulação de desenvolvimento sustentável que respeitem a natureza, fonte de vida para nós e para as gerações futuras, assim como no respeito à biodiversidade.
5)Cuidado da infância e da adolescência e o
6)Combate a prostituição, à pornografia e à exploração do trabalho infantil.
As propostas que se colocam em defesa da vida e a favor do estabelecimento de uma Cultura da Paz devem também incluir o cuidado da infância e da adolescência e o combate à prostituição, à pornografia e à exploração do trabalho infantil. Deve também promover uma educação escolar de qualidade, assim como programas que ajudem a evitar o abandono escolar.
7)Defesa da dignidade dos direitos da pessoa idosa – Do mesmo modo devem incluir a defesa da dignidade e dos direitos, bem como facilitar para todo o atendimento à saúde e o acesso a remédios;
8)Comprometimento com o principio de subsidiariedade e por uma sociedade plural -
Os candidatos devem estar comprometidos com o respeito ao princípio de subsidariedade, incentivando, respeitando e estabelecendo parcerias com as organizações não-estatais que promovam o bem público, a inclusão social e a luta contra todas as formas de discriminação. E do mesmo modo devem também estar comprometidos com a construção de uma sociedade plural, onde os direitos humanos sejam respeitados, o que inclui a defesa a liberdade de educação e a promoção da formação integral do ser humano, inclusive em sua dimensão religiosa;
9)Comprometimentos com a luta contra todas as formas de corrupção e mau uso do dinheiro público, promovendo uma campanha eleitoral que não envolva tanto o uso de verbas indevidas como o uso da máquina administrativa. Devem em suas propostas administrativas e legislativas apoiar formas de administração transparente, que contemplem o esforço dos mecanismos de controle social dos gastos públicos e do estabelecimento das prioridades no emprego dos recursos disponíveis.
As comunidades locais podem complementar esta lista com a realidade em que vivem e as lutar em que se encontram envolvidas.
Uma observação - deve ser feita em torno a um ponto que exige muita atenção. Alguns(algumas) candidatos(as) fazem sua campanha enfocando questões bioética de modo quase exclusivo. Embora os valores que estes candidatos defendam neste campo sejam importantes, encontram se muitas vezes em contradição com as opções e compromissos que estes mesmos candidatos têm em relação aos direitos humanos, à economia, à vida social e política e de modo especial às necessidades dos pobres. A defesa de alguns valores importantes pode ser feita por estes candidatos para iludir e esconder compromissos e práticas que estão na verdade, a serviço da cultura da morte. A defesa da cultura da vida exige que os valores da bioética não sejam separados dos valores da ética social. Afinal, está na totalidade destes valores à expressão clara de pessoa, comunidade e bem comum, eixo da Doutrina Social da Igreja.
E cuidado irmãos(as) cristãos(as)!
a)Com candidatos “alavanquinha” – na lista de diversos partidos e ou coligações;
b)Com candidatos que são os defensores da fé, da família, da vida, mas são profundamente corruptos e sua prática é contra os trabalhadores, contra o meio-ambiente, etc.
VER é Preparar ações em grupos, de acordo com sua realidade eleitoral e por isso devemos estudar profundamente o VER DA CARTILHA
JULGAR - Quais são os partidos, coligações, legendas e candidatos e verificar quais pensamentos está mais próximos a sua realidade, e elaborar documentos das propostas apresentadas
AGIR é:
a) Promover debates com os candidatos.
b) Promover seminários sobre a realidade regional;
c) Divulgar os resultados dos debates nas paróquias, etc;.
d) Estimular momentos de encontros coletivos;
e) Usar os diferentes meios de comunicação;
f) Buscar indícios de corrupção eleitoral: compra de votos, promessas financeiras ou materiais
IMPORTANTÍSSIMO:
O REVER - é reunir novamente o grupo após o resultado do pleito:
a) Divulgar em cartazes, mural os candidatos eleitos, bem como suas plataformas políticas
b) Constituir grupos de acompanhamento do “mandato cidadão”
Vamos ser cristãos (as) eleitores conscientes do nosso voto, só assim construiremos o Brasil que sonhamos (horizonte), mas temos que pisar firme no chão (realidade) na esperança de que as pessoas eleitas sejam eficazes e mantenham éticas durante o mandato a serviço do bem comum.
Fonte: Cartilha: Eleições 2010 – O Chão e o Horizonte e slides do Encontro da CBJP, Brasilia-DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário